sexta-feira, 25 de maio de 2012

Nós nos tornamos estranhos

Postado por Bruna às 22:40
Nós nos tornamos estranhos, e não apenas um com o outro, mas com nós mesmo. Dói, dói pra caramba. E eu não sei o que dói mais: não reconhecer você ou a mim mesma. Nós nos destruímos quando deveríamos ter ajudado um ao outro a se curar, se fortalecer. Estranho não é? Nenhum de nós dois viu isso vindo, nenhum de nós dois esperou que isso pudesse algum dia acontecer, mas aconteceu. Nós costumávamos ser algo bom um para o outro, nos entendíamos, nos apoiávamos. Eu sinto falta disso. Falta do tempo em que estaríamos secando as lágrimas um do outro, e não sendo o motivo por detrás delas. Dói ver o quanto as coisas mudaram, me confunde não saber como, quando e o por quê delas terem mudado tanto. Onde será que erramos? Será que foi na nossa sede severa de nunca errar um com o outro? Talvez. Talvez não, também. Pode ter sido tantas coisas! Eu não sei. Eu não sei mais de muita coisa. E dói. Assim como dói não ter você por perto agora; mas então eu penso que se estivesse por perto e continuássemos na situação em que estamos agora, também não seria legal. Não, não seria. Eu sinto falta do meu antigo eu com você, tanto quanto sinto falta do seu antigo eu comigo. Será possível que essas pessoas se foram para sempre? Será verdade o que me disseram outro dia? Que talvez nós não fomos feitos para ser? Que, no final das contas, nós não pertencemos um ao outro como pensávamos? Eu não sei, mas ainda é meio difícil tentar me convencer disso. Alguma coisa no meu peito aperta e me sinto sufocar apenas com o pensamento, mas eu também não posso deixar de pensar que é uma possibilidade. Um cruel, dolorosa e horrível possibilidade, mas ainda algo que pode ser verdade. E se for? Como as coisas vão ficar entre nós? Vai cada um seguir para o lado e fingir que nunca significamos nada na vida um do outro? Ou vamos fingir que somos amigos, amigos de verdade, como costumávamos ser no início de tudo e ignorar o que sentimos um pelo outro como se nunca tivesse acontecido? Está tudo tão confuso, tão bagunçado aqui dentro e mais do que nunca eu sinto sua falta. Você costumava ser a pessoa que me ajudava a colocar tudo em ordem, sabe?! Você era quem me impedia de rachar, de quebrar a qualquer instante. Então, eu penso, talvez esse tenha sido meu erro: ter feito de você meu tudo. Eu me sinto perdida sem você aqui, tanto quanto me sinto confusa quando você está por perto e nós estamos do jeito que estamos agora. Estranhos. Como duas pessoas sendo postas frente à frente pela primeira vez. Eu queria concertar as coisas, mas como vou concertar algo se eu nem mesmo sei o que está errado? E então eu sinto raiva, raiva de você, de mim e dessa situação toda. Me sinto triste e sinto o gosto salgado das lágrimas de novo. Mas eu sei que do jeito que está não pode continuar. Não pode continuar, não deve. Eu não vou ficar aqui parada, vendo o que temos morrer pouco a pouco e arriscar odiarmos um ao outro no final disso por medo de dizer adeus. E eu sei que vai doer - vai doer pra caralho, muito mesmo - mas de alguma forma, vou arrumar força e dizer adeus a você, dizer adeus a nós. Talvez seja apenas por um tempo. Talvez seja apenas para que nós possamos nos encontrar de novo, você sabe, individualmente, e então com isso resolvido encontrarmos o caminho de volta um para o outro. Ou talvez não, talvez tenha de ser algo definitivo, para sempre. Seja como for, eu acredito que será para o melhor e de tudo isso eu só quero que carregue uma verdade muito importante consigo: apesar de como tudo é confuso e bagunçado agora, você continua sendo a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida e por isso eu vou ser sempre grata.

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