É estranho ouvir sua voz e não sentir mais nada. Digo, é bom ouvir sua
voz e saber que já não sinto nada, mas também era bom ouvir sua voz e me
sentir bem. Era bom ter um som preferido no mundo. E eu ainda tenho, só
que não é mais da sua voz que estou falando. Tu foi embora e eu tive
que me adaptar. Aprendi a escutar as vozes dos meus amigos, dizendo o
tempo todo que tu nunca foi o certo pra mim. Aprendi a ouvir a minha
mãe, dizendo pra eu focar nos estudos. Fui conduzido até por aquelas
letras de músicas, que falam que pra sempre não existe, que é amor até
deixar de ser. Sei lá, com o tempo eu descobri que não podia viver a
minha vida inteira em função de um relacionamento sem futuro. Descobri
que não era certo amar mais a ti do que a mim mesmo. E que por mais que
fosse bom te ver sorrindo, não era certo doar todos os meus sorrisos.
Mesmo assim eu o fiz. Por um bom tempo, digamos. E sorte que esse tempo
passou, e te levou daqui. Digo, me levou também. Mas diferente de ti eu
soube bem o caminho de volta. E eu voltei. Voltei pra mim. Dediquei o
meu tempo pra cuidar das feridas que você deixou, e eu cuidei. Eu curei.
Passou tempo demais, o que é uma pena. Mas eu pude descobrir coisas que
não descobriria em lugar nenhum. Eu achei forças sem enxergar nada. Eu
busquei esperança mesmo com o coração ferido. Eu parei meu mundo por um
tempo, mas depois que esse tempo passou, eu voltei. Voltei pra mim. O
único lugar de onde eu nunca deveria ter saído. Do meu próprio eu. E é
estranho, por que eu não me imaginava existindo sem ti, e agora não vejo
sentido algum pra imaginar que um dia cheguei a pensar que não
existiria assim. Foi muito vacilo meu acreditar no nosso para sempre. E pior ainda foi vacilar comigo mesmo, achando que não viveria sem esse desprezo.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013
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