Mas não quero ser vítima.

”Mas não quero ser vítima. Não quero que sintam pena pelas decepções que já sofri, muito menos que sintam vontade de me pegar no colo e cuidar de mim porque acham que não sei me cuidar sozinha. Não quero que me digam o tempo inteiro palavras que me confortem, nem que sintam dó quando me ver chorando. Não quero que comprem minhas brigas, nem que me defendam quando estiver discutindo com alguém. Não quero que meus pais passem a mão na minha cabeça quando eu cometer algum erro, nem que meus amigos mintam sobre alguma opinião que eu pedir. Não quero sorrisos falsos na tentativa de me deixar melhor. Não quero que me olhem sempre como se o mundo conspirasse contra mim, muito menos que justifiquem meus erros e perdoem todas as minhas falhas. Quero que briguem comigo quando eu fizer besteira, que me mandem calar a boca quando estiver falando demais, que me deixem sofrer quando alguma coisa ruim acontecer. É no sofrimento que a gente aprende as melhores coisas. Quero que me ouçam quando eu pedir um tempo sozinha, que me deixem resolver meus próprios problemas. Quero que entendam que às vezes preciso sofrer com as escolhas que tomei, encarar a realidade como ela é. Quero que me deixem crescer sem tentar me proteger dos riscos que isso trás. E acho que não é pedir demais.”